quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Enchentes e Inundações




                        As enchentes são causadas por chuvas fortes e rápidas ou chuvas de longa duração que acabam por deflagrar os cursos de água que, acarretando numa vasão de escoamento superficial elevando o nível da água e atingindo a cota máxima do canal de drenagem sem extravasamento que podem ser causados por excesso de precipitações ou descarregamentos de água que se acumulam e podem causar inundações ou não como, por exemplo, rompimento ou abertura de comportas de barragens. Já as inundações são caracterizadas pelo extravasamento do canal atingindo a planície que também é causado por excesso de precipitações dentre outros fatores que impeçam o curso natural da água que possivelmente acarreta em prejuízos. Portanto é um fenômeno natural em que a vazão a ser escoada é superior a capacidade de descarga do curso d’água. As enchentes são fenômenos naturais através delas pode-se haver a irrigação das áreas atingidas, o transporte de sedimentos e sementes e em muitos casos serve para o cultivo, como por exemplo, o rio Nilo no Egito.


                                  
Fig. 1 Esquema de enchentes e inundações, Fonte: Goerl & Kobyiama (2005)


 Como podemos ver as inundações extravasam o nível dos rios e atingem áreas de moradias causando vários danos para a vida humana.
As inundações podem ser causadas por fatores naturais ou devido à ação do homem. Dentre os fatores naturais estão:
·         Chuvas intensas - quanto maior for a intensidade maior é a probabilidade da inundação.
·         Umidade do solo – quanto mais úmido o solo mais rápido escoa superficialmente e se acumula.
·         Planícies de inundação – quanto maior for a planície de inundação menor será a intensidade da inundação.
·         Fisiografia da bacia – área, forma, declividade elevação e densidade da drenagem, que determinarão a intensidade com que os efeitos de uma precipitação será sentido.

Ação do homem:
·         Assoreamento dos rios
·         Desmatamentos – favorecendo o escoamento e a concentração na bacia.
·         Ocupação do leito maior.
·         Ocupação de planícies de inundação- reduz a área de alagamento e causa inundações a jusante.
·         Impermeabilização – a construção de asfalto diminui a retenção superficial.
·         Execução de obras inadequadas.

A construção de casas em áreas ribeirinhas, ou seja, nas margens dos rios são bastante comuns no Brasil principalmente em cidades com rápido desenvolvimento econômico e em pequenas cidades. A ocupação desta  margem aumenta os riscos de inundações pois diminui a área de inundação e a agua não tem onde ficar causando grandes danos.


                    
Foto. 1 Moradias nas margens dos rios ( fonte: V1 )


                O desmatamento da mata ciliar diminui a proteção da área e acaba por assorear o rio deixando-o raso, pois as os sedimentos que saem das margens são depositados no leito do rio. Este fenômeno juntamente com altas precipitações acaba por aumentar os índices de inundações.


                      
Foto.2 Desmatamento da mata ciliar ( Fonte:Professororlandocastro)


            O leito aparente é por onde normalmente o curso de água percorre. Já o leito de inundação é o espaço em que é inundável em épocas de cheias onde as precipitações ocorrem com mais frequência ou intensidade. Há também o leito de estiagem menor ou de estiagem, que é a zona ocupada por um volume menor de água, como por exemplo, épocas de seca ou verão. A ocupação do leito maior ou leito de inundação pelo homem ocasiona na alteração do ciclo natural hidrológico pela impermeabilização do solo decorrente da construção de habitações e estradas.

                             
                                          Fig.5 Exemplo de planície de inundação ( blog a prender biologia e geologia)


Se em áreas urbanas, ambos os casos podem afetar a vida humana, pois cidades que são cortadas por grandes rios e não possuem Plano Diretor, são afetadas diretamente por estes eventos sofrendo assim com alagamentos das vias públicas, paralização dos meios de transportes, alagamentos de residências, danos a economia, propagação de doenças dentre outros. Diante disto sabemos que atualmente há uma vasta ocupação da área ribeirinha pela população de baixa renda além de outros fatores como depósito de esgotos domiciliares e resíduos sólidos nos rios o que acarreta grandes danos ambientais como doenças, tais quais: leptospirose, hepatite A, dentre outras, além de perdas humanas e materiais. Para o comércio em consequência da interrupção das atividades nas áreas atingidas pelas enchentes e doenças causadas pela água contaminada.

Amaral; Ribeiro, (2009, p.41) nos esclarecem:
A magnitude e frequência das inundações ocorrem em função da intensidade e distribuição da precipitação, da taxa de infiltração de água no solo, do grau de saturação do solo e das características morfométricas e morfológicas da bacia de drenagem.

 Estes fatores determinam a intensidade do fenômeno que podem diferenciar de grandes a pequenos danos de acordo com a destruição da localidade atingida. Se decorrente de altos índices de precipitações as enchentes ou inundações são distribuídas de acordo com os eventos que a geram na região e podem ser estudadas a partir do estudo das precipitações na região da bacia. Ainda em Amaral; Ribeiro, (2009, p.45) “[...] a probabilidade e a ocorrência de inundação, enchente e de alagamento são analisadas pela combinação entre os condicionantes naturais e antrópicos.” Estes por sua vez variam tanto de acordo com a ação do homem no meio quanto, pelos próprios eventos naturais.
Entre os condicionantes naturais destacam-se:
a) formas do relevo;
b) características da rede de drenagem da bacia hidrográfica;
c) intensidade, quantidade, distribuição e frequência das chuvas;
d) características do solo e o teor de umidade;
e) presença ou ausência da cobertura vegetal.
            Como vemos os condicionantes naturais são as características locais como clima, relevo, dentre outros e vão determinar a presença e a frequência destes eventos. E através destes, pode-se fazer estudos dos fenômenos. “O estudo desses condicionantes naturais permite compreender a dinâmica do escoamento da água nas bacias hidrográficas (vazão), de acordo com o regime de chuvas conhecido.” (AMARAL; RIBEIRO, 2009 .p 45).
            Amaral; Ribeiro (2009) ainda pontua que entre os condicionantes antrópicos estão:
a) uso e ocupação irregular nas planícies e margens de cursos d’água;
b) disposição irregular de lixo nas proximidades dos cursos d’água;
c) alterações nas características da bacia hidrográfica e dos cursos d’água (vazão, retificação e canalização de cursos d’água, impermeabilização do solo, entre outras);
 d) intenso processo de erosão dos solos e de assoreamento dos cursos d’água.
            Os condicionantes antrópicos são característicos da intervenção do homem. As cidades grandes ou pequenas usam em muitos casos da ocupação de áreas impróprias como, por exemplo, margens de rios que uma vez ocupadas sofrem por aterros destruição das matas ciliares e o despejo de dejetos e resíduos sólidos, que acabam por deflagrar os cursos d’água e ocasionam enchentes e inundações. Ainda em Amaral; Ribeiro (2009, p.46) “A ocupação dessas áreas marginais pelo homem deve ser orientada pelo disposto na legislação brasileira, em especial nas Leis Federais nº4.771/65 (Código Florestal) e nº 6.766/79 (Parcelamento do Solo Urbano).”

            O Manual do Corpo de Bombeiros (2006)  salienta que:

As várzeas foram criadas pela natureza para servir de depósito de sedimentos e caminho natural de ondas de cheias. O que não é natural é a sua ocupação indevida, para fins de urbanização. Elas devem ser preservadas, se possível, “in natura” ou destinadas para atividades agrícolas, pastoris, esportivas, etc. Para que se possa conviver com as inundações e se a área de várzea for ocupada por necessidade, os ribeirinhos deverão conviver com a vida própria da várzea principalmente com as inundações, pois em qualquer período de chuvas poderão ocorrer enchentes superiores às adotadas no projeto de obras de melhoramentos.

            Portanto o ser humano deve se adaptar as condições naturais e procurar modificar de forma que interfira conscientemente no ambiente natural para que os danos e consequências sejam as mínimas possíveis.

By: Ana Barreto
Nota: Este é apenas um trecho do meu TCC que estou dividindo com vocês, espero que gostem.

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