As
enchentes são causadas por chuvas fortes e rápidas ou chuvas de longa duração
que acabam por deflagrar os cursos de água que, acarretando numa vasão de
escoamento superficial elevando o nível da água e atingindo a cota máxima do
canal de drenagem sem extravasamento que podem ser causados por excesso de
precipitações ou descarregamentos de água que se acumulam e podem causar
inundações ou não como, por exemplo, rompimento ou abertura de comportas de
barragens. Já as inundações são caracterizadas pelo extravasamento do canal
atingindo a planície que também é causado por excesso de precipitações dentre
outros fatores que impeçam o curso natural da água que possivelmente acarreta
em prejuízos. Portanto é um fenômeno natural em que a vazão a ser escoada é
superior a capacidade de descarga do curso d’água. As enchentes são fenômenos
naturais através delas pode-se haver a irrigação das áreas atingidas, o transporte
de sedimentos e sementes e em muitos casos serve para o cultivo, como por
exemplo, o rio Nilo no Egito.
Fig. 1 Esquema de enchentes e inundações, Fonte: Goerl & Kobyiama (2005)
Como podemos ver as inundações extravasam o nível dos rios e
atingem áreas de moradias causando vários danos para a vida humana.
As
inundações podem ser causadas por fatores naturais ou devido à ação do homem.
Dentre os fatores naturais estão:
·
Chuvas intensas - quanto maior for a
intensidade maior é a probabilidade da inundação.
·
Umidade do solo – quanto mais úmido o
solo mais rápido escoa superficialmente e se acumula.
·
Planícies de inundação – quanto maior
for a planície de inundação menor será a intensidade da inundação.
·
Fisiografia da bacia – área, forma,
declividade elevação e densidade da drenagem, que determinarão a intensidade
com que os efeitos de uma precipitação será sentido.
Ação
do homem:
·
Assoreamento dos rios
·
Desmatamentos – favorecendo o escoamento
e a concentração na bacia.
·
Ocupação do leito maior.
·
Ocupação de planícies de inundação-
reduz a área de alagamento e causa inundações a jusante.
·
Impermeabilização – a construção de
asfalto diminui a retenção superficial.
·
Execução de obras inadequadas.
A
construção de casas em áreas ribeirinhas, ou seja, nas margens dos rios são
bastante comuns no Brasil principalmente em cidades com rápido desenvolvimento
econômico e em pequenas cidades. A ocupação desta margem aumenta os riscos de inundações pois
diminui a área de inundação e a agua não tem onde ficar causando grandes danos.
Foto. 1 Moradias nas margens dos rios ( fonte: V1 )
O desmatamento da mata ciliar
diminui a proteção da área e acaba por assorear o rio deixando-o raso, pois as
os sedimentos que saem das margens são depositados no leito do rio. Este
fenômeno juntamente com altas precipitações acaba por aumentar os índices de
inundações.
Foto.2 Desmatamento da mata ciliar (
Fonte:Professororlandocastro)
O leito aparente é por onde normalmente o curso de água
percorre. Já o leito de inundação é o espaço em que é inundável em épocas de
cheias onde as precipitações ocorrem com mais frequência ou intensidade. Há
também o leito de estiagem menor ou de estiagem, que é a zona ocupada por um
volume menor de água, como por exemplo, épocas de seca ou verão. A ocupação do
leito maior ou leito de inundação pelo homem ocasiona na alteração do ciclo
natural hidrológico pela impermeabilização do solo decorrente da construção de
habitações e estradas.
Fig.5
Exemplo de planície de inundação ( blog a prender biologia e geologia)
Se
em áreas urbanas, ambos os casos podem afetar a vida humana, pois cidades que
são cortadas por grandes rios e não possuem Plano Diretor, são afetadas diretamente
por estes eventos sofrendo assim com alagamentos das vias públicas, paralização
dos meios de transportes, alagamentos de residências, danos a economia, propagação
de doenças dentre outros. Diante disto sabemos que atualmente há uma vasta
ocupação da área ribeirinha pela população de baixa renda além de outros
fatores como depósito de esgotos domiciliares e resíduos sólidos nos rios o que
acarreta grandes danos ambientais como doenças, tais quais: leptospirose,
hepatite A, dentre outras, além de perdas humanas e materiais. Para o comércio
em consequência da interrupção das atividades nas áreas atingidas pelas
enchentes e doenças causadas pela água contaminada.
Amaral; Ribeiro, (2009, p.41) nos
esclarecem:
A magnitude e
frequência das inundações ocorrem em função da intensidade e distribuição da
precipitação, da taxa de infiltração de água no solo, do grau de saturação do
solo e das características morfométricas e morfológicas da bacia de drenagem.
Estes fatores determinam a intensidade do
fenômeno que podem diferenciar de grandes a pequenos danos de acordo com a
destruição da localidade atingida.
Se
decorrente de altos índices de precipitações as enchentes ou inundações são
distribuídas de acordo com os eventos que a geram na região e podem ser
estudadas a partir do estudo das precipitações na região da bacia. Ainda em Amaral; Ribeiro, (2009, p.45)
“[...] a probabilidade e a ocorrência de inundação, enchente e de alagamento
são analisadas pela combinação entre os condicionantes naturais e antrópicos.” Estes
por sua vez variam tanto de acordo com a ação do homem no meio quanto, pelos
próprios eventos naturais.
Entre os condicionantes
naturais destacam-se:
a) formas do relevo;
b) características da
rede de drenagem da bacia hidrográfica;
c) intensidade,
quantidade, distribuição e frequência das chuvas;
d) características do
solo e o teor de umidade;
e) presença ou ausência
da cobertura vegetal.
Como vemos os condicionantes naturais são as
características locais como clima, relevo, dentre outros e vão determinar a
presença e a frequência destes eventos. E através destes, pode-se fazer estudos
dos fenômenos. “O estudo desses condicionantes naturais permite compreender a
dinâmica do escoamento da água nas bacias hidrográficas (vazão), de acordo com
o regime de chuvas conhecido.” (AMARAL; RIBEIRO, 2009 .p 45).
Amaral; Ribeiro (2009) ainda pontua que entre os
condicionantes antrópicos estão:
a) uso e ocupação
irregular nas planícies e margens de cursos d’água;
b) disposição irregular
de lixo nas proximidades dos cursos d’água;
c) alterações nas
características da bacia hidrográfica e dos cursos d’água (vazão, retificação e
canalização de cursos d’água, impermeabilização do solo, entre outras);
d) intenso processo de erosão dos
solos e de assoreamento dos cursos d’água.
Os condicionantes antrópicos são característicos da
intervenção do homem. As cidades grandes ou pequenas usam em muitos casos da
ocupação de áreas impróprias como, por exemplo, margens de rios que uma vez
ocupadas sofrem por aterros destruição das matas ciliares e o despejo de
dejetos e resíduos sólidos, que acabam por deflagrar os cursos d’água e
ocasionam enchentes e inundações. Ainda em Amaral; Ribeiro (2009, p.46) “A
ocupação dessas áreas marginais pelo homem deve ser orientada pelo disposto na
legislação brasileira, em especial nas Leis Federais nº4.771/65 (Código
Florestal) e nº 6.766/79 (Parcelamento do Solo Urbano).”
O Manual do Corpo de Bombeiros (2006) salienta que:
As várzeas foram criadas pela
natureza para servir de depósito de sedimentos e caminho natural de ondas de
cheias. O que não é natural é a sua ocupação indevida, para fins de
urbanização. Elas devem ser preservadas, se possível, “in natura” ou destinadas
para atividades agrícolas, pastoris, esportivas, etc. Para que se possa
conviver com as inundações e se a área de várzea for ocupada por necessidade,
os ribeirinhos deverão conviver com a vida própria da várzea principalmente com
as inundações, pois em qualquer período de chuvas poderão ocorrer enchentes
superiores às adotadas no projeto de obras de melhoramentos.
Portanto o ser humano deve se adaptar as condições
naturais e procurar modificar de forma que interfira conscientemente no
ambiente natural para que os danos e consequências sejam as mínimas possíveis.
By: Ana Barreto
Nota: Este é apenas um trecho do meu TCC que estou dividindo com vocês, espero que gostem.
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